adaggio
um dia recorda-se: primeiro
uma mão
outra mão e os corpos soprados
no espaço entre elas: os dedos
alongados fios
pensamentos de infinitas cambiantes
as cores
os cheiros
a memória feita pele com pele
: o bafo quente
a criação
e
eis que a pretidão se divide
- dois
infinito e
mais: dois
allegro
dizes
: amo-te na lonjura do tempo
no lugar do tempo
deste
tempo
digo
: amo-te na esquina do tempo
no lugar do tempo
neste
tempo
possivelmente
agora
piano
sobrasse
querido
uma única palavra
: podia até ser
um nome
um só nome
água escorrendo gota-a-gota
pele com pele
por entre as mãos
um pinga-pinga
em que o tempo se esquecesse
e tudo fosse bom
muito bom
e haveríamos de nos anunciar um corpo
outro corpo
a memória de beijos e abraços
e canções de embalar tristezas
pianissimo
na casa. no lugar in-
comum dos corpos.
na cama
no roer do tempo
por sob os lençóis
pálpebras do balanço à vez
suave
à vez brusco
da vida. os dias que o tempo engole e regurgita
em suor e cuspo
líquidos equivocados correndo suaves
noutros olhos
noutra boca
noutras veias
na casa. no lugar-in
-comum: nos beirais
de andorinhas e olhos,
ninhos
a mãos e desejos
entretecidos. dias de casa
: lugar in
comum
02 agosto 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
ia e vinha e a cada coisa perguntava que nome tinha- sophia
3 comentários:
nunca o corpo é casa tão ampla, nunca as mãos são sacerdotes tão voluptuosos, nunca os olhos são vitrais tão inspiradores, nunca a boca é catedral tão misteriosa, nunca a alma é templo tão universal, como na tua escrita. vivo aqui. J.
caminho aprendido p este teu novo lugar. sempre in comum
fiquei fascinado. confesso que não encontro as palavras ...
abraço
Enviar um comentário