(para o jorge)
1
ambicionar
o poder vegetal
de respirar
o que não precisas
:do tubérculo inchado
ser-te o cálice que permanece
e te bebe o orvalho
e o tempo
e o tempo
(da nomenclatura: vero,
de verdadeiro)
2
ser da arte
uma via para a extinção
3
dizer das coisas o formato:
único
nos pontos finais
invisível apenas
o nome
saber de cor
a morada
gastar as horas como quem as desconhece
trazer o corpo
num lugar estranho
à própria vida
e ainda assim
persistir
.nem começo
:nem fim
no ventre arredondado
da palavra
amor
as cambiantes nostalgias do som
o infinito.
o infinito e mais dois
4
existir na intermitência
das nossas mortes
:perfilhar-te
e dar-te beijos
que alimentem
-me
5
invejo quem fala
e é ouvido
6
negar um cristo de chumbo
a partir-me os ossos de cada vez
que abocanho o dia
os braços erguidos
os crivos no olhar
abba
abba
e a cada palavra sangrar um minuto
meu
:estar só
absolutamente
tão só
três vezes tão só
7
deitar-me na tua noite
humm gastar do húmido bafo
a tua palavra
eu
ser da medida entre o teu olhar
e a tua mão
o nome
o próprio e mensurável nome
do teu sangue
:sim
e essa ambígua morada para lá do corpo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
ia e vinha e a cada coisa perguntava que nome tinha- sophia
5 comentários:
e a cada gesto um toque de alma
a incendiar o labirinto todo da vida.
gratidão pelo lume
com lume na voz.
a morada para lá do corpo
tem muitos apelidos
com nossos nomes inscritos.
aqui. sempre.
saudade...
(1º andamento)
Oooooooooohhhhhhh
Há escritos!!
(2º andamento)
leitura escorreita, sôfrega
(3º andamento)
demora, saboreada, de ca-da-sí-la-ba-pau-sa-e-es-pa-ça-men-to-grá-fi-co
(4º andamento)
interpretativa leitura
descodificação
(5º andamento)
adivinhação
colagem inter-textual
(6º andamento)
geminação semântico-existencial
(7º andamento)
intrusiva apropriação
ambicionar/ o poder vegetal/ de respirar/ o que não precisas
gastar as horas como quem as desconhece
trazer o corpo/ num lugar estranho/ à própria vida
ser da medida entre o teu olhar/ e a tua mão/ o nome
da palavra/ amor/as cambiantes nostalgias do som
a ambígua morada para lá do corpo
invejo quem fala [escreve]/ e é ouvido [lido]
----------
K
i
s
s
Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...
há um fluir de sinergias.
Enviar um comentário